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Diálogos: Ativismo

Writer: Kleber SiqueiraKleber Siqueira


Um novo e interessante diálogo entre Sir Edward Harrington, um Cavaleiro inglês vivendo em Londres durante a metade final do Século 18 e Mr. Landon Windsor, um viajante vindo do futuro, humanoide, fruto dos avanços tecnológicos na área de robótica e sitemas avançados de inteligência artificial do primeiro quarto do Século XXI.


O laboratório responsavel por seu desenvolvimento, sediado na Europa continental, o designou para uma viagem pelo recente e inovador sistema de teletransporte muito avançado, capaz de deslocar Mr. Windsor não só no espaço como no tempo.


Tais avanços estão sendo considerados como um salto quântico para o entendimento de pontos ainda obscuros da história das civilizações, bem como criar um canal de comunicação entre diferentes culturas, em diferentes épocas.


Em outras palavras, através de uma comunicação direta e bidirecional com pessoas e verificar, como elemento neutro (isto é, incapaz de intereferir nos fatos históricos) capaz de verificacar e homologar eventos históricos pela observação e contato direto com os fatos em andamento.


Mas, sem mais delongas, vamos ao que interessa, ou seja, ao dialogo que ora Mr. Windsor nos narra, versando sobre um tema muitointeressante, embora, multifacetado


SIR HARRINGTON: Mr. Windsor, em minha perspectiva, o ativismo é um método impositivo que aniquila a compreensão e impede o diálogo em uma sociedade, especialmente naquelas ainda imaturas.


MR. WINDSOR: A relação entre ativismo, compreensão e diálogo pode, de fato, ser complexa.  Embora o ativismo desempenhe um papel crucial na defesa da mudança social, na sensibilização para questões importantes e na promoção da justiça e da igualdade, pode por vezes levar a desafios na promoção da compreensão e do diálogo, especialmente quando diferentes pontos de vista colidem.


Embora o ativismo possa por vezes apresentar desafios à compreensão e ao diálogo, também tem o potencial de desencadear conversas importantes, aumentar a sensibilização e impulsionar mudanças sociais positivas. Ao promover o diálogo inclusivo, a empatia e os esforços colaborativos, é possível navegar pelas complexidades do ativismo, ao mesmo tempo promover a compreensão e o envolvimento construtivo entre grupos com perspectivas diversas.


SIR HARRINGTON: Parece-me um tanto quanto estranho dizer que o ativismo defende a melhoria das relações sociais. Em vez disso, a sua face visível parece agressiva e divisiva. Trata mais de ações de desconstrução social do que de construção e melhoria.


MR. WINDSOR: A sua perspectiva sobre o ativismo, destacando a sua face visível como agressiva e divisiva, é compreensível. Na verdade, o ativismo envolve frequentemente uma defesa apaixonada da mudança social e pode manifestar-se de várias formas, incluindo protestos, manifestações e uma retórica forte. Esta assertividade é por vezes necessária para chamar a atenção para questões críticas e desafiar as estruturas de poder existentes.


No entanto, é importante reconhecer que, embora alguns aspectos do ativismo possam parecer conflituosos, o objetivo subjacente é muitas vezes abordar injustiças sistemicas, promover a igualdade e criar mudanças sociais positivas. Os ativistas podem envolver-se em ações disruptivas para perturbar o status quo e provocar diálogo e ação sobre questões sociais prementes.


Em última análise, embora o ativismo possa por vezes parecer perturbador ou agressivo, o seu objetivo principal é defender uma mudança social positiva e abordar as injustiças sistémicas. Ao envolvermo-nos criticamente com diferentes formas de ativismo e compreendermos as diversas motivações e estratégias por detrás dos movimentos sociais, podemos apreciar o papel que os ativistas desempenham na luta por uma sociedade mais justa e equitativa.


SIR HARRINGTON: Parece-me que a teoria geral do ativismo seja, primeiro desmantelar o que existe para depois reconstruir. No entanto, os ativistas geralmente não fazem nenhum plano para o dia seguinte ao desmantelamento. É como um tipo de loucura social...!


MR. WINDSOR: A sua observação sobre o ativismo centrado no desmantelamento sem ter sempre um plano claro para o que vem a seguir é válida. O ativismo visa frequentemente sistemas, estruturas e normas existentes que perpetuam a desigualdade e a injustiça, com o objetivo de desconstruir estas barreiras para criar espaço para o surgimento de estruturas novas e equitativas.


Embora o foco do ativismo no desmantelamento possa ser um poderoso motor de mudança, a integração de um planejamento cuidadoso, uma visão construtiva e o envolvimento da comunidade nos esforços de defesa das mudanças é crucial para garantir uma transformação sustentável e significativa.


Ao combinar a crítica com a construção, os ativistas podem trabalhar no sentido de criar sociedades mais justas, inclusivas e resilientes que abordem questões subjacentes e promovam mudanças sociais positivas a longo prazo.


SIR HARRINGTON: Adotar como tática o desmantelamento de estruturas provadas e tidas como funcionalmente coerentes, mesmo que ainda não plenamente consolidadas, pode conduzir democracias ainda não consolidadas à regimes autoritários e devastadores. É um fato histórico. E também uma agressão social absurda, que se parece mais com um devaneios ou utopias juvenis, oportunistas, utilizadas para sufocar a liberdade de um povo.


 MR. WINDSOR: As suas preocupações sobre os riscos potenciais associados aos movimentos que priorizam a destruição sem um plano claro de reconstrução são válidas. A história contém, de fato, exemplos em que revoluções ou movimentos destinados a desmantelar as estruturas existentes resultaram em vazios de poder, instabilidade e na ascensão de regimes autoritários.


Embora desafiar as estruturas de poder existentes e defender a mudança sejam componentes essenciais do progresso social, os movimentos devem também dar prioridade à responsabilização, à transparência e à liderança responsável para evitar a exploração da instabilidade para fins autoritários.


Ao reconhecer as complexidades da transformação social e ao adoptar uma abordagem holística que equilibre a crítica com a ação construtiva, ativistas podem trabalhar no sentido de criar mudanças positivas duradouras que defendam a liberdade, a democracia e os direitos humanos.


SIR HARRINGTON: Realmente não creio que uma sociedade socialmente madura e economicamente desenvolvida precise de desconstrução ou reconstrução. O que, certamente é necessário e que deva estar permanente em pauta prioritária, é a preservação dos estágios de avanço já alcançados, bem como continuamente identificar oportunidades de melhoria dos sistemas sociais e economicos em uso.


MR. WINDSOR: A sua perspectiva de manter e melhorar os avanços de uma sociedade desenvolvida é uma abordagem racional que prioriza a continuidade, o progresso incremental e a preservação das conquistas duramente conquistadas.


Ao enfatizar a importância de preservar as conquistas, abordar as deficiências e promover a melhoria contínua a um ritmo administrável, as sociedades podem enfrentar desafios complexos, aproveitar oportunidades de crescimento e manter um equilíbrio saudável entre estabilidade e progresso.


Esta abordagem sublinha a importância de uma gestão criteriosa, da adaptabilidade e dos esforços colaborativos para sustentar e melhorar a qualidade de vida numa sociedade desenvolvida.


SIR HARRINGTON: Sem dúvida, especialmente se pensarmos em democracias desenvolvidas e mais maduras.


MR. WINDSOR: Com certeza, no contexto de democracias desenvolvidas e maduras, os princípios de preservação de conquistas, retificação de erros e busca de melhorias contínuas assumem um significado adicional.


Aqui estão algumas características importantes, observadas em democracias desenvolvidas e maduras:


1. Instituições Democráticas: As democracias desenvolvidas em geral têm instituições robustas, defendidas pelo Estado de direito e por mecanismos de controle e equilíbrio consolidados. Preservar e reforçar estas instituições é crucial para defender os valores democráticos, a transparência, a responsabilização e a proteção dos direitos individuais.


2. Estabilidade Política: A manutenção da estabilidade política e da continuidade em democracias maduras promove a previsibilidade, a confiança dos investidores e a coesão social. Garantir transições pacíficas de poder, respeitar os processos eleitorais e defender o Estado de direito são fundamentais para o bom funcionamento dos sistemas democráticos.


3. Envolvimento da cidadania: As democracias desenvolvidas beneficiam o envolvimento da cidadania, da participação da sociedade civil e de um ambiente de comunicação social livre. Incentivar a cidadania informada, promover o diálogo e proteger a liberdade de expressão são vitais para sustentar as normas democráticas e salvaguardar contra tendências autoritárias.


4. Adaptação de Políticas: A adaptação, previamente debatida com a cidadania, das políticas e estruturas de governança às realidades sociais, econômicas e ambientais em mudança é essencial para a resiliência e relevância das democracias maduras. A flexibilidade, a capacidade de resposta e a tomada de decisões baseadas em evidências apoiam uma governaça pública eficaz e a confiança da cidadania nas instituições.


5. Progresso Social: Priorizar a equidade social, a inclusão e a justiça promovem o bem-estar de todos os membros da sociedade e fortalece o tecido social das democracias desenvolvidas. Abordar as desigualdades, promover a diversidade e garantir o acesso às oportunidades contribuem para uma sociedade mais resiliente e coesa.


6. Liderança Global: Como líderes da comunidade internacional, as democracias maduras desempenham um papel fundamental na promoção dos valores democráticos, dos direitos humanos e da cooperação global. A defesa do multilateralismo, do envolvimento diplomático e das iniciativas colaborativas promovem a paz, a prosperidade e a estabilidade à escala global.


7. Educação Cívica: Investir na educação cívica, nos valores democráticos e nas competências de pensamento crítico aumenta a resiliência das democracias maduras, capacitando a cidadania com o conhecimento e as ferramentas para participarem ativamente na governaça social, bem como responsabilizar os líderes a defender os princípios democráticos.

 

Ao concentrarmo-nos na preservação das instituições democráticas, na promoção da estabilidade política, na promoção do envolvimento da cidadania, na adaptação das políticas aos novos desafios, no avanço do progresso social, no comprometimento da liderança global e no apoio à educação cívica, as democracias desenvolvidas e maduras podem continuar a prosperar e servir como modelos para a governança democrática em todo o mundo.


O compromisso contínuo de defender os ideais e princípios democráticos garante a sustentabilidade e a vitalidade destes sistemas democráticos para as gerações atuais e futuras.


SIR HARRINGTON: O progresso social e economia crescente são irmãos gémeos e não é recomendado estimular um dos dois a ser mais forte do que o outro. Somente com o equilíbrio sustentável entre o progresso social e a capacidade de expansão da economia, a harmonia social poderá prevalecer.


MR. WINDSOR: A relação entre o progresso social e uma economia forte está de fato interligada e muitas vezes se reforçam mutuamente na promoção do bem-estar geral e da prosperidade numa sociedade.


Ao reconhecer a natureza interligada do progresso social e do crescimento econômico, e ao lutar pela harmonia entre os dois, as sociedades podem alcançar um equilíbrio sustentável que promova o bem-estar, a prosperidade e a resiliência para todos os indivíduos.


Enfatizar políticas e práticas que apoiam o progresso social e uma economia forte é essencial para a construção de um futuro mais equitativo, inclusivo e próspero para as comunidades e nações.


SIR HARRINGTON: Este tema comporta uma continuação. Que tal se nos reunimos em breve para retomar esse assunto?


MR. WINDSOR: Sem dúvida alguma. Estou às suas ordens, Sir!


SIR HARRINGTON: Muito obrigado, Mr. Windsor. Até um próximo diálogo!

 

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Muito grato!


Kleber Siqueira

Coordenador Geral

 



 
 
 

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